quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Stephany participa do preparatório Fortalecendo Trajetórias e foi premiada no 1º Concurso de Desenho e Redação Teresa de Benguela, no município de Maricá! 




Ela produziu um texto sobre a vida de Dandara dos Palmares, guerreira que viveu no período colonial do Brasil e é símbolo da resistência negra. Leia na íntegra:


Passos de uma heroína  

Lutei, batalhei, criei, organizei, vivi e sofri. Sobre minha origem? Poucos sabem. Minha imagem? Desconhecida. Porém, sabem o suficiente. Sabe-se que fui uma mulher forte, bela, guerreira persuasiva, líder e obstinada por liberdade. Contribui com a construção de uma sociedade, uma verdadeira organização socioeconômica, política e familiar. Fui mãe, gingava como ninguém, uma grande mulher para um grande homem. Não fui espelho, espelhava confiança, e aquela famosa frase: “Por trás de um grande homem, tem sempre uma grande mulher”. Mentira, fui uma grande mulher ao lado de um grande homem. Um grande marido. Tinha tantas qualidades quanto eu, um personagem lendário para a história do Brasil, ajudou tanta gente e mesmo assim tiraram sua cabeça... E então, fui viúva.

Depois de tantas coisas sobre mim, vou lhe falar... fui negra e será que alguma coisa mudará? Absolutamente nada, e sabe por quê? Fui uma grande mulher e para isso não dependi de você, que me põe um rótulo pela minha cor, mas se é para rotular vamos fazer do meu jeito. Fui a mulher do último líder do quilombo, não um quilombo qualquer, o Quilombo dos Palmares. Seu líder? Zumbi. Morto. Fui capturada, em 6 de fevereiro de 1694, joguei-me ao abismo, pois voltar a ser escrava nunca mais. Morri como uma guerreira protegendo gente humilde, não só fui como sou a prova de que uma mulher negra pode ser tudo que ela quiser. Desculpe por não revelar minha identidade, sou Dandara, e se nunca ouviu o meu nome, saiba que não me importo, fico feliz só de saber oque fui e sempre serei. Uma mulher, uma grande mulher negra.



0 comentários:

Postar um comentário